Meu olhar fixava num espaço vago da sala
Mas em minha mente via seus olhos
Aqueles olhos escuros que atravessados me repartiam
Seu sorriso convidava a apaixonar-me
Podia sentir seu perfume em minha mente
Enquanto aproximava seu andar
Ó quão traiçoeiro é o tempo
Contrariando a pureza dos meus sentimentos
Mostrando-se impiedoso, traz-me lebranças
Que de fato não às são
Pois não se lembra o que nunca se esqueceu
Todavia é inevitável recordar-te
Volto a sala e ainda vejo a imagem divina
Seu olhar e sorriso julgam minha insanidade
Podia ouvir o sangue falar em minhas veias
Era tão real como o sol em sua alvorada
Quisera eu esta estar sonhando acordado
Esperando seu crepúsculo poente
Mas sua beleza precede a de todas as donzelas
E isso o tempo não pode alterar
Mesmo sentindo sua ausência por toda parte
Estás eternizada em minha memória
Bem como no porta-retratos que vislumbro sobre a mesa
Que tolo, era ele o tempo todo
Mera extração real refutando minha abstinência
Fechei meus olhos com força arrebatando dentro deles
A mais bela criatura de todos os seres
Pra recordar-te e tê-la sempre como efígie da inocência
Eternizando-a em minha memória como dádiva de minha existência.
Por Junior Refrym
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