segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PORTA-RETRATOS

Esquecido lembrei, querendo não lembrar
Meu olhar fixava num espaço vago da sala
Mas em minha mente via seus olhos 
Aqueles olhos escuros que atravessados me repartiam
Seu sorriso convidava a apaixonar-me 
Podia sentir seu perfume em minha mente
Enquanto aproximava seu andar

Ó quão traiçoeiro é o tempo 
Contrariando a pureza dos meus sentimentos
Mostrando-se impiedoso, traz-me lebranças
Que de fato não às são
Pois não se lembra o que nunca se esqueceu
Todavia é inevitável recordar-te

Volto a sala e ainda vejo a imagem divina
Seu olhar e sorriso julgam minha insanidade
Podia ouvir o sangue falar em minhas veias
Era tão real como o sol em sua alvorada
Quisera eu esta estar sonhando acordado
Esperando seu crepúsculo poente
Mas sua beleza precede a de todas as donzelas 
E isso o tempo não pode alterar
Mesmo sentindo sua ausência por toda parte
Estás eternizada em minha memória
Bem como no porta-retratos que vislumbro sobre a mesa
Que tolo, era ele o tempo todo
Mera extração real refutando minha abstinência
Fechei meus olhos com força arrebatando dentro deles
A mais bela criatura de todos os seres
Pra recordar-te e tê-la sempre como efígie da inocência
Eternizando-a em minha memória como dádiva de minha existência.
Por Junior Refrym

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